31.8.08

Aniversário Sagrado. Chaaaaaato....


Eu não sei porque aniversário é tão importante pro meu marido. Quando entra no mês do aniversário dele (que é no ultimo dia) eu já fico toda arrepiada. Ele acha que merece todas as concessões e eu tenho que ficar pegando leve. No dia então... é um pega prá capar... o cara fica doido, quer tudo de todos, e ai de quem não se submeter aos seus desejos.

No dia em questão o safado gasta até o que não tem porque acha que merece. Talvez até mereça, mas pelo amor... isso deve ser patológico. Eu já até desisti de discutir a respeito, respiro fundo e espero pacientemente passar os dois ou três dias de comemoração, além dos subsequentes em que ele fica considerando se foi bom ou não, ou quem faltou, quem não lembrou, etc. Dependendo das condições também tenho que aturar mais alguns dias de comentários sobre as passagens divertidas ou a tromba que ele fica enquanto digere a frustração. Sim, é uma maratona.

Bom, pelo menos agora, só tenho que me preocupar com isso o ano que vem.




23.8.08

Palavras libertárias, grandes palavras - palavrões!


Quando eu era pequena, e nem sabia ainda o que era palavrão, fui traumatizada recebendo um tapa na cara ao pronunciar uma palavra que estava repetindo sem nem mesmo saber o significado... não tenho coragem de escreve-la e nem de pronunciá-la até hoje... dica: começa com b e termina com a. Mas não tem problema, falo com gosto e frequencia todos os outros palavrões, só prá compensar.

Também por isso gostei tanto desse texto abaixo:

PALAVRÕES - MILLOR FERNANDES
(extraído do blog "Boas Piadas")

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia. "Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.

São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!". E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e sai à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?

Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala.

Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas.Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade. E...foda-se!"
(Texto de Millôr Fernandes)

14.8.08

As Olimpíadas do Tédio.


To sem tv paga, tô sem tv. Só tem aquela bosta de olimpíadas passando em todos os canais, ou é programa de crente, ou é jornal sensacionalista, ou aqueles programas de vendas... meu Deus, até a Cultura tá impregnada de olímpiadas. Que merda! Tem que ficar vendo o porraquistão jogar.... que merda... não vejo a hora que acabe isso. Meu, se fosse para mostrar o Brasil competindo, na boa, até interromper a programação para mostrar ao vivo... legal! Mas tá louco, tão mostrando tudo o tempo todo. Ninguém aguenta.