19.8.09

Perda


Primeira perda da minha filha.

Primeiro namorado, primeira separação e em meio desse assunto inacabado, morre assassinado....

Num assalto, enfrentou um beneficiado pelo indulto do dia dos pais. Enquanto a mãe e a irmã se trancavam no quarto, ele tentava impedir a entrada daquele que lhe tiraria a vida.

Conseguiu fechar a janela da sala e, apesar de ter sido baleado, ainda correu prá fechar os outros cômodos. 

Realmente foi um ato heróico; não me surpreendeu saber sobre as intensas homenagens, onde foi chamado de herói por todos que o conheciam, causando comoção durante o velório e o enterro.

Apesar disso tudo, o mais triste foi saber que foi tirada a vida de um garoto que acabara de completar 20 anos... trabalhador e ambicioso, cheio de planos para o futuro. 

O mesmo cara, que saiu da cadeia para o dia dos pais, tirou uma vida, traumatizou para sempre uma família e como se não bastasse...  roubou para sempre o dia dos pais do pai desse menino, que nunca mais poderá comemorar essa data...  nesse dia lembrará de si mesmo como pai, mas como um pai sem extensão, lesado em seu próprio sentido: um pai sem o seu filho.

Quanto à minha filha, estarei aqui prá abraçá-la daqui há um, dois meses... Quando esse assunto começar a aborrecer os seus amigos, meus ouvidos, braços e coração estarão à disposição dela.


Acho que cabe a música que fiz para o meu irmão, que também morreu na mão de um criminoso imbecil há alguns anos atrás:















5.8.09

Extirpando Furúnculo

Como dizer a alguém que vc gosta, que está decepcionado, que está com pena?
Simples: não diga.
Apenas explique o porque dessa consequência, sem explicitar a própria.

Exemplo:

Pulou de criança prá velho sem se estabilizar na fase adulta, e , na maioria das vezes, reveza os dois em seu comportamento cotidiano, em seus relacionamentos, em sua cabeça, sua vida.

Está ainda naquela fase de superestimar ou subestimar. Não enxerga a pessoa como é, mas sim o reflexo do seu próprio ego sendo subjulgado ou privilegiado de acordo com uma fantasia de estatus que lhe confere ou indefere.

Em sua extrema insegurança, busca respostas mágicas em abobrinhas que brotam de bocas medíocres. Acredita haver sentido em qualquer sentença pronunciada de forma solene, por mais estúpida que seja...

Presta favores sem esperar nada em troca - a não ser o reconhecimento explícito e repetido daquele que julga menor (ou com defeitos, sendo um deles a ousadia do pedido), e a aceitação sem reservas de quem julga maior (os que considera sábios e para quem é uma honra servir e ser notado).


Resumo: se apega a qualquer um que aparenta ter segurança suficiente para suprir a sua necessidade de direção e apoio.
Não confia e não ama a si mesmo, a não ser que alguém que considera superior o considere digno de confiança e amor. Emocionalmente é um barco a deriva.










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