Mesmo lotadas, violentas e com pouca chance de regenerar os criminosos, as prisões ainda são a principal punição em todo o mundo. Existe solução para elas?
Mariana Iwakura e Rafael Kenski
Você acorda e puxa um pequeno computador acoplado à cama. Lá estão sugestões de coisas para fazer ao longo do dia - esportes, atividades educativas ou de lazer, cozinhar -, a serem escolhidas com um clique na tela. Daí é só sair do quarto e pôr a mão na massa. Ao longo do dia, uma pulseira transmitirá por rádio sua posição para que profissionais monitorem suas tarefas. Siga os programas à risca e receberá no dia seguinte opções melhores na sua telinha: mais tempo para visitas, assistir à TV ou fazer ligações telefônicas. Tudo isso vigiado por câmeras equipadas com softwares capazes de reconhecer emoções, garantia de que você não terá momentos de estresse, como brigas e discussões.
Tudo o que se precisa fazer para ir para esse lugar é cometer um pequeno crime na Holanda. Trata-se da penitenciária de Lelystad que recebeu apelidos como "big brother" e "albergue da juventude". Construída com tecnologias de ponta para garantir o controle sobre os detentos, oferecer alternativas de tarefas e cortar custos com carcereiros, ela pareceu para muitos um excesso de luxo para infratores. Mas, na verdade, Lelystad está a meio caminho no espectro de idéias sobre o que devemos fazer com os presos.